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Procuradoria Geral da Justiça investiga suposta troca de favores de Dixon

O suposto favorecimento seria para garantir cargos a nomes indicados por ele, para renovação do contrato com a Filadélfia

Após afastamento, a Procuradoria Geral de Justiça em São Paulo investiga se o prefeito cassado de Paulínia, Dixon Carvalho (Progressitas), fez troca de favores com representantes da empresa Filadélfia, entre maio e novembro do ano passado. O suposto favorecimento seria para garantir cargos a nomes indicados por ele, em troca da renovação do contrato emergencial para coleta de lixo na cidade. Afastado do cargo, após ter recursos negados pela Justiça Eleitoral, Dixon nega irregularidades.

A emissora EPTV, afiliada da TV Globo, conseguiu acessar parte do conteúdo levantado pelo Ministério Público (MP) na apuração. O fato veio à tona em 2017 e a íntegra do caso é mantida sob sigilo.

Para o órgão, gravações de conversas interceptadas sinalizam que Dixon usava a empresa para resolver todo tipo de problema, incluindo prestação de qualquer serviço fora do contrato firmado com a Prefeitura. Além disso, indicam a proximidade entre ele e outros investigados.

Dixon e o vice-prefeito tiveram os cargos cassados após prestações de contas das campanhas de 2016 terem sido reprovadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP). Em seis anos, a instabilidade política na cidade resultou em 11 trocas na chefia do Poder Executivo. Relembre as mudanças.

Relatos

Um dos diálogos analisados foi entre Carlos Henrique de Oliveira, um dos sócios da Filadélfia, e um gerente de operação da empresa em Paulínia, no momento em que tratam sobre o trabalho para a retirada de entulho do aterro da cidade. O primeiro, de acordo com o MP, relatou: "Vão ganhar muito dinheiro com essa operação. É dinheiro em caixa, coisa maravilhosa".

Em outro trecho analisado pela Procuradoria, Carlos fala com o irmão Sebastião Carlos de Oliveira, sócio na Filadélfia. Este, diz o documento, recomendou ao primeiro que procurasse pelo secretário de Finanças e Obras para contar que o prefeito havia garantido a renovação do acordo. Além disso, cita que foram contratadas 85 pessoas indicados pelos vereadores e Dixon, e outras 45 estariam na lista à espera de chamamento após a celebração do novo contrato.

De acordo com o MP, Carlos também falou para Sebastião, em determinado momento, sobre uma conversa com "a moça da primeira-dama", para fazer referência a uma pessoa que teria sido indicada pela esposa de Dixon. À época em que o caso veio a tona, os irmãos chegaram a ser presos, enquanto o prefeito cassado e a mulher prestaram depoimentos ao MP, em Campinas.

Impasse

A Filadélfia assumiu o contrato de R$ 11 milhões no início de 2017, após acionar a Justiça e defender que havia oferecido um preço inferior ao da empresa vencedora da licitação.

O contato emergencial terminou em novembro do ano passado e, depois disso, o serviço foi assumido pelo consórcio "Paulínia Sempre Limpa", do qual a empresa faz parte.

O caso também foi parar na Câmara dos Vereadores, onde as aberturas de duas comissões processantes para investigar o prefeito cassado foram barradas pelos parlamentares.

Em setembro, o Legislativo arquivou uma denúncia contra Dixon e 13 parlamentares que estariam envolvidos na suposta troca de favores.

O que diz o prefeito cassado?

Em nota, Dixon negou as irregularidades apuradas pela Procuradoria.

"Essa investigação ocorre há mais de um ano. Essa semana completou exatamente um ano da condução coercitiva do prefeito, sem que houvesse qualquer desdobramento por absoluta falta de prova. Não houve troca de favores com a empresa Filadélfia e o processo licitatório foi muito rigoroso, tendo participado mais de 20 empresas", diz texto.

Fonte G1

(Reprodução/EPTV) À época, Dixon Carvalho, foi intimado a depor no MP.

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