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Após 10 dias em greve, caminhoneiros deixam entorno da Replan

O ato coloca um ponto final na greve

No início da tarde desta quarta-feira (30), a Polícia Militar informou que os caminhoneiros que estavam mobilizados em frente à Replan começaram a deixar o local após uma assembleia por volta das 12h. O ato coloca um ponto final na greve que durou dez dias.

O Comandante da PM informou que antes da assembleia, cerca de 50 caminhoneiros já haviam deixado a mobilização com ajuda das forças públicas.

Ainda segundo a PM, os caminhões estão saindo normalmente do polo petroquímico sem escolta. Nas ruas próximas às distribuidoras o número de carretas paradas é bem menor do que início desta quarta-feira.

Há dez dias

Os motoristas estavam no entorno das distribuidoras há dez dias e fizeram bloqueios durante o período para impedir a saída de caminhões-tanque e de transporte de gás. A categoria reivindicava a redução do preço do diesel.

Veículos escoltados

Desde a tarde de sábado (26) caminhões-tanque estavam saindo da Replan com escoltas da Polícia Militar e do Exército. As primeiras remessas foram para o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas e para serviços essenciais como prefeituras e as polícias Civil e Militar, além de ambulâncias.

Reflexos da greve

Durante os dez dias de mobilização dos caminhoneiros, a região de Campinas registrou desabastecimento de combustíveis e alimentos, além de reflexos no transporte público, educação e saúde. O Exército foi às ruas para atuar no desbloqueio de rodovias e permitir a entrada e saída de caminhões da Replan, a maior refinaria do País. Por conta da crise, um transplante de fígado foi suspenso pelo HC da Unicamp por causa do baixo estoque de bolsas de sangue no Hemocentro.

De acordo com o Recap, sindicato que representa 1,4 mil postos em Campinas e 89 cidades do Interior paulista, a falta de combustíveis atingiu 95% dos pontos de venda. Em Campinas, o Recap chegou a anunciar que não havia mais etanol e gasolina para venda.

O desabastecimento provocou longas filas em postos da região; em alguns casos, motoristas permaneceram horas à espera do produto que não chegou.

Com o desabastecimento, o transporte coletivo sofreu redução nas frotas e a população encontrou dificuldades para se locomover.

Na saúde, além do transplante cancelado, o Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp suspendeu cirurgias eletivas até o dia 4 de junho. A medida foi tomada no dia 26 de maio por conta dos reflexos no abastecimento.

15 municípios decretaram estado de emergência

Devido a grave situação de abastecimento provocada pela greve dos caminhoneiros, 15 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) decretaram estado de emergência. Os prefeitos de Valinhos, Orestes Previtale (PSB), de Pedreira, Hamilton Bernardes (PSB), de Holambra, Fernando Fiori de Godoy (PTB), de Hortolândia, Angelo Perugini (PDT) e de Paulínia, Dixo Carvalho (PP) anunciaram na segunda-feira (28) a decisão, numa tentativa de garantir os serviços. Na semana passada, as cidades de Campinas, Americana, Artur Nogueira, Santa Bárbara d´Oeste, Monte Mor, Nova Odessa, Cosmópolis, Itatiba, Vinhedo e Sumaré tinham entrado em situação de emergência.

O prefeito Dixon foi a Justiça para tentar liminar que libere os postos de combustíveis de Paulínia para abastecer na Replan e nas empresas que comercializam os produtos derivados de petróleo. "Para isso ocorra e garanta a integridade de todos os envolvidos, vamos liberar escolta da Guarda Municipal”, explicou.

Em Valinhos, Previtale também criou também um comitê de gerenciamento de crise, para propor e adotar todas as medidas preventivas ou reparadoras, administrativas e judiciais, visando à manutenção dos serviços públicos essenciais à população do Município.

A Prefeitura de Hortolândia decretou estado de emergência, e ponto facultativo na terça e quarta-feira, com manutenção apenas de serviços essenciais neste período e durante o feriado prolongado de Corpus Christi.

Além disso, foram suspensas as aulas nas escolas municipais, inclusive EJA (Educação de Jovens e Adultos), o atendimento do Banco de Alimentos e a Cozinha Comunitária. Também foram suspensos os atendimentos eletivos nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), USFs (Unidades de Saúde da Família), Centro de Especialidades Médicas e Centro Especializado em Saúde da Mulher. Pacientes com consultas e exames marcados foram comunicados e terão novos agendamentos.

Decretos de situação de emergência, em geral, permitem que as prefeituras façam compras sem licitação, requisitem ou apreendam bens privados, como o combustível que esteja estocado em um posto. Também permite realizar gastos sem depender de empenho orçamentário e obriga postos de combustíveis que ainda tenham produtos a reservarem uma quantia para o abastecimento emergencial dos veículos da frota da Prefeitura. Cada cidade da região definiu um tipo de ação, mas em comum todas obrigam prioridade no abastecimento de serviços essenciais.

Em grande parte da região as aulas foram suspensas porque os professores e funcionários não conseguem se deslocar até as unidades e as escolas não conseguem receber produtos da merenda escolar.

Também há prejuízos no atendimento à saúde. Em Campinas, o centro de saúde do Parque Oziel precisou ser fechado, porque manifestantes depredaram a unidade.

Em Vinhedo, o funcionamento das escolas e creches municipais foi suspens0 por conta da situação das empresas que fazem o transporte interno de estudantes. O transporte universitário também estará suspenso terça e quarta-feira, até por conta da suspensão do funcionamento das universidades e faculdades.

Fontes: G1/Correio Popular

Foto: Reprodução/EPTV

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