Após 10 anos de trabalho, ONG Ciadapte de Paulínia anuncia encerramento de suas atividades
Na nota enviada à imprensa, ficou claro que não há previsão de retorno, mas que torcem para que seja apenas um até breve
(Ciadapte): Karen com a turma da APAE se preparando para Coppélia, em 2016, acompanhada de seus alunos e professores.
Na última segunda-feira (11), o Jornal de Paulínia recebeu um triste e-mail sobre o encerramento das atividades da ONG Ciadapte.
No e-mail, a assessora de comunicação, Érica Gomes, informou que os diretores e fundadores, Karen Juan e Eduardo Freitas, resolveram “pausar um pouco para respirar”. A ONG atua bravamente há 10 anos no município de Paulínia.
“A coisa é que ficamos tristes de deixar de fazer parte de uma iniciativa tão bonita”, afirma Érica na nota.
Na nota enviada à imprensa, a assessora deixou claro que não há previsão de retorno, mas que torcem para que seja apenas um até breve.
Leia na íntegra a nota enviada pela assessora de comunicação da ONG Ciadapte:
A notícia não vai demorar a tornar-se de conhecimento público. E, convenhamos, não dá para passar despercebida.
Após mais de 10 anos de muitas lutas, a ONG Ciadapte fará um break. Pelo menos, é o que eu (e meus colegas alunos e pais) esperamos.
É claro que entendemos e, acima de tudo, apoiamos com muito amor a decisão. Timidamente, damos esse até breve à ONG e, junto com ela, à escola Developpé Ballet & Cia e à Cia Experimental Developpé.
Diga-se de passagem, essas últimas, pra quem não sabe, existiam justamente para sustentar as atividades de responsabilidade social do Ciadapte e para dar oportunidade às bailarinas que queriam vivenciar o ritmo de uma Companhia.
Como já podem perceber, esse texto não é apenas informativo, mas emite a opinião de uma simples moradora de Paulínia que se apaixonou de corpo e alma pelo trabalho da ONG.
Lá, não acontece só a dança. Como bem disse a minha amiga Karen Juan, que é a pessoa homenageada nesse texto juntamente com seu marido Eduardo, tem a ver com a "magia" que envolve a todos.
A magia que somente acontece porque há muito esforço, trabalho, suor, lágrimas e amor envolvido.
Nesse ano, após um maravilhoso espetáculo com um ballet de repertório complexo, Karen pode agora descansar com a sensação de dever cumprido.
E sim, ela pode. Não sei nem explicar o tanto que ela e Eduardo fizeram pela dança e pela inclusão social na cidade. Através desse sonho que se tornou realidade, superaram todo tipo de preconceito: oferecendo aulas adaptadas para deficientes físicos; acolheram crianças e adolescentes que vivem na pobreza sem nem sequer saber que poderiam sonhar tão alto; levaram o ballet aos bairros da cidade; promoveram apresentações gratuitas; superaram as expectativas! São pessoas acima da média, com certeza.
Vivenciaram a inclusão e transmitiram o sentimento de responsabilidade a todos os alunos e alunas através de campanhas sustentáveis, arrecadação de alimentos e apresentações em instituições de caridade e de tratamento que chegaram à Joinville!
Mães e pais comprovam. "No Ciadapte, tivemos oportunidade. Construímos e participamos de tudo".
Nesse Natal de 2017, porém, o presente que acompanha esse triste capítulo, é saber que até onde pude me envolver – e me envolvi em muito, acreditem – eles deixam um legado de pessoas melhores, mais dignas, que respeitam a diferença, valorizam a competitividade, superam as frustrações e acreditam nas capacidades distintas de cada dançarino.
Karen e Eduardo, vocês são únicos, um casal ímpar. E justamente por isso, espero mesmo voltar às aulas e vê-los em breve dirigindo um novo capítulo dessa história.
Obrigada por tudo. Tenham um excelente Natal com tudo o que merecem de melhor. Até logo!